POLÍCIA

Enterro de entregador em Maricá emociona amigos e familiares; família cobra justiça

Bruno Rodrigues Ventura dos Santos, de 29 anos, morador de Maricá, morreu na tarde desta segunda-feira (08/09), após 18 dias internado em coma na UTI do Pronto Socorro Central Dr. Armando Gomes de Sá Couto, em São Gonçalo. O jovem havia sido contaminado por ácido peracético durante uma sessão de hemodiálise na clínica Nice Diálise, no bairro São Miguel, conforme relato da família e investigações da Polícia Civil.

O acidente aconteceu no dia 20 de agosto, quando Bruno passava por tratamento de diálise. Segundo o boletim de ocorrência da 72ª DP, resíduos do ácido, usado na desinfecção dos equipamentos, foram introduzidos acidentalmente no organismo do paciente devido a uma falha durante a troca da profissional responsável pelo procedimento. O erro provocou hemorragia cerebral, edema e insuficiência respiratória aguda, levando-o ao coma.

Após o incidente, Bruno foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado inconsciente para o hospital em São Gonçalo, onde permaneceu internado até a morte. A investigação inicial da Polícia Civil havia registrado o caso como lesão corporal por imperícia, mas, após o falecimento do jovem, a tipificação mudou para homicídio culposo.

Família lamenta e questiona justiça

Durante o enterro de Bruno, realizado na manhã desta terça-feira (09/09) no cemitério de Maricá, amigos e familiares prestaram homenagens e falaram sobre a personalidade do jovem.

Christian, amigo de Bruno, destacou:

“Ele era um colega muito querido pelos amigos e pela família. Um garoto trabalhador, alegre, sorridente, extrovertido. Sempre estudioso, em busca de seus sonhos. Seu maior vício era andar de moto e jogar videogame. O último sonho dele era ir mais uma vez para a Argentina com seu amigo Wagner de moto. Infelizmente, não conseguiu realizar.”

O pai de Bruno, Márcio Luiz dos Santos, comentou sobre a expectativa de justiça:

“Eu não espero nada da justiça municipal. A gente sabe que nada vai trazer ele de volta, mas quem colocou ele onde está vai pagar de alguma forma. Foi uma fatalidade, uma negligência médica, um erro que não pode se repetir.”

Ele ressaltou ainda a importância de unir forças para cobrar responsabilidades:

“A justiça é falha, mas cada um de nós precisa se reunir para tentar que algo de bom aconteça. Bruno era batalhador, alegre, tinha sonhos e foi interrompido antes da hora. Precisamos fazer com que essas coisas não se repitam com outras famílias.”

O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil, que busca esclarecer todos os detalhes do incidente e apurar responsabilidades.

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