Linha marítima entre Rio e Maricá volta à pauta e pode sair do papel ainda em 2025
A proposta de criação de uma linha marítima de passageiros entre o Rio de Janeiro e Maricá voltou ao debate na Câmara Municipal do Rio. O Projeto de Lei nº 818/2025, de autoria da vereadora Talita Galhardo, busca incentivar o Poder Executivo a incluir a implantação de um sistema de ferry boat no planejamento de mobilidade urbana da capital.
A ideia é integrar a nova linha aos modais existentes — como metrô, ônibus e VLT —, utilizando terminais náuticos já existentes ou em fase de construção. O projeto não obriga a criação imediata do serviço, mas estabelece diretrizes para a realização de estudos técnicos, que deverão considerar fatores como viabilidade econômica, impacto ambiental, segurança, acessibilidade e potencial turístico da rota.
A proposta conta com o apoio do prefeito de Maricá, Washington Quaquá, que vem articulando a viabilização do projeto. Em uma recente reunião no Rio de Janeiro, o tema foi debatido com o vice-prefeito do Rio, Eduardo Cavaliere, além de representantes do DNIT, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Maricá, da Secretaria de Habitação e outros órgãos.
Segundo os participantes, a expectativa é iniciar as obras ainda em 2025, com participação da iniciativa privada, por meio de parcerias e convênios. A Prefeitura do Rio, o Governo do Estado, e a Prefeitura de Maricá devem atuar em conjunto para a implementação do projeto.
Modelo internacional e visão sustentável
O projeto se inspira em soluções de transporte hidroviário bem-sucedidas em cidades como Nova York, Istambul e Lisboa, que utilizam seus rios e baías para melhorar a mobilidade urbana, reduzir emissões e conectar regiões periféricas aos centros urbanos.
Para especialistas, a iniciativa representa uma alternativa moderna e sustentável ao transporte rodoviário na Região Metropolitana, especialmente entre Maricá e o Rio — um trajeto de alto fluxo diário, marcado por congestionamentos na RJ-106.
A matéria ainda reforça que órgãos como a Secretaria Municipal de Transportes, a Secretaria de Meio Ambiente e Clima, e a CCPAR (Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos) poderão ser envolvidos no desenvolvimento dos estudos, conforme disponibilidade técnica e orçamentária.
Caso aprovada, a futura linha marítima ainda precisará de regulamentações e da formalização dos acordos entre os entes públicos e privados envolvidos.