ARTISTAS DE MARICÁ GANHAM VOZ NO ART&MÚSICA NA SUA CASA
Maricá chega aos 206 anos de existência na próxima terça-feira (26/05) em meio à pandemia de Covid-19 e celebra com uma série de apresentações artísticas, entre os dias 23 e 31. Durante as lives do projeto Art&Música na Sua Casa, artistas que nasceram em Maricá ou a escolheram como lar declamarão textos em homenagem à cidade.
Entre os participantes, há trajetórias e estilos diferentes, com o amor por Maricá como ponto de contato. Leonardo Armando, morador do Flamengo, conheceu a cidade ainda na adolescência, em 1979, e decidiu que um dia viveria aqui. “Fiquei muito feliz com o convite e escrevi ‘Ah, Maricá’ que é uma declaração de amor a esta cidade”, afirma ele, que escreve desde a juventude e tem livros de poesia publicados.
Já para a dupla de atores Raul Tolledo e Mário Vieira, que vivem em Itaipuaçu há mais de 30 anos, Maricá é parte fundamental de suas vidas. “Somos muito conhecidos na cidade, por conta das muitas apresentações e cursos de teatro que já fizemos aqui. Maricá nos acolheu muito bem e ficamos honrados por participar dessa festa”, conta Raul, que divide sua apresentação com Mário de um poema escrito por Sady Bianchin, hoje secretário de Cultura.
Também morador de Itaipuaçu, Edmilson Santini escreveu um cordel – sua especialidade – em homenagem à cidade especialmente para o aniversário. “Fiz questão de escrever uma coisa nova, usando como referências os nomes das localidades de Maricá e aplicando a métrica e a musicalidade do cordel”, explicou Santini, que se apresenta acompanhado de pandeiro e maracá (espécie de chocalho).
Atriz com várias participações em espetáculos encenados na cidade, Heliza Ribeiro conta que buscou empregar a emoção que utiliza em seu ofício para declamar “Maricá, meu amor”, de Adriana Bina. “Como não sou poeta, fiquei um pouco temerosa, mas procurei sentir o texto para a declamação ganhar vida”, explica.
Marcos Miranda, o Ball, é um dos fundadores do Ruasia, grupo por integrantes de política cultural, que promove na cidade rodas de atividades de Ponta Negra a Itaipuaçu, reunindo diferentes estilos, como o sarau do Centro da cidade, não poderia ficar de fora. Há três anos reúne a juventude maricaense buscando acabar com a ociosidade de rua e os pensamentos ruins. “Nossa ideia é levar a literatura através da poesia marginal. Damos voz a eles para que possam se expressar artisticamente através da poesia”, explica o morador do Caxito.
Produtor de arte urbana, Jean Moraes do Flamengo se apresenta como um MC de batalha. “Desde 2015 faço arte urbana com os amigos de toda cidade, nós somos a resistência e para mim, é importante que a gente consiga alcançar o reconhecimento dos artistas da cidade, porque tem vários artistas que estão no sol vendendo jujuba, mas com talento de sobra”, garante.
“A gente sempre prega o respeito e a liberdade de expressão para salvar e dar uma nova oportunidade, diferente da que o sistema bitolado insere na gente. Eu acho muito interessante podermos participar desta comemoração, porque vai trazer visibilidade para os artistas locais. É de suma importância enaltecer os daqui para depois enaltecer os de lá, porque sem a gente aqui, não teria a cultura rodando por Maricá”, conclui Luiza Antunes, moradora de Itapeba, que em 2017 resolveu se aprofundar na poesia falada que apresenta por toda a cidade.
Raquel Simões, que vive em São José de Imbassaí, também criou um poema exclusivo para o aniversário. Ela conta que o interesse pela escrita surgiu por volta dos dez anos de idade, mas a timidez a impediu de mostrar seu trabalho durante décadas. “Só no ano passado, incentivada por amigos artistas da cidade, é que comecei a participar de saraus e encontros de poetas. Agora pretendo reunir poemas para um futuro livro”, diz ela.