CORRIDA CONTRA O TEMPO PARA CRIAR VACINA CONTRA O CORONAVÍRUS
Com a Covid-19 ultrapassando a marca de 100 mil casos confirmados no mundo, cientistas e empresas farmacêuticas fazem esforços concentrados e correm contra o tempo para tentar criar uma vacina que seja eficáz para conter uma epidemia. Há pelo menos oito iniciativas de desenvolvimento de vacinas contra o SARS-cov-2 em andamento. Mas o desafio é grande – qualquer vacina precisa passar muitos testes pré-clinicos e clínicos (isto é, com humanos) antes de ser fornecida à população. Países como a China, Russia, Estados Unidos e Cuba, mantém trabalhos permanentes em busca da cura.
Uma vacina como a da gripe já é conhecida há anos: basta adaptá-la à versão do vírus que está pegando naquele inverno. Por isso, o processo é incomparavelmente mais rápido, e pode rolar anualmente. Por outro lado, nunca houve uma vacina contra os coronavírus.
O trabalho está começando basicamente do zero. Toda vacina se baseia no mesmo princípio: treinar o sistema imunológico para lutar contra os patógenos que se aventuram para dentro do seu corpo. Isso já acontece naturalmente – ninguém pega catapora duas vezes porque, depois da primeira infecção, seu corpo já aprendeu a lutar contra o vírus até então desconhecido e tem um exército de anticorpos prontos para eliminá-lo novamente, caso apareça. A vacina nada mais é do que um meio de ensinar seu corpo a se proteger sem precisar passar pelo perrengue da infecção.
A maioria das vacinas está sendo desenvolvida por empresas privadas ou em parceria com elas. Nenhum dos concorrentes quer divulgar detalhes de sua receita. Afinal, quem encontrar a bala de prata contra o coronavírus terá em mãos algo mais valioso que a receita do molho do Big Mac – e, no estágio atual, ainda é impossível saber qual é a solução mais promissora. O mais seguro é esconder o próprio baralho – e blefar.