ENTRETENIMENTO

Webnário sobre o centenário de Darcy Ribeiro reúne estudantes e educadores no Cine Henfil

A ótica e as aspirações de Darcy Ribeiro sobre educação e consciência crítica foram o centro do debate da segunda edição da série de webnários da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), que marca o centenário do antropólogo que viveu na cidade. O evento reuniu educadores e estudantes no Cine Henfil, na última terça-feira (29/11), que acompanharam um amplo painel conduzido pela rapper e ativista social Nega Gizza, com as participações da coordenadora de educação integral da Secretaria de Educação, Claudia Cardoso; da professora Lia Faria; do educador, antropólogo e pedagogista, José Pacheco; e do editor, educador e escritor, Allan Rosa.

O webnário foi transmitido ao vivo pelo canal no YouTube da Prefeitura de Maricá. A gravação permanecerá disponível aos internautas no perfil. Admiradora da obra de Darcy Ribeiro, a coordenadora de educação integral da Secretaria de Educação, Claudia Cardoso, celebrou a oportunidade de debater as ideias do antropólogo durante a concepção do projeto da Casa Museu Darcy Ribeiro, que está sendo executado pela Codemar em parceria com a Fundação Darcy Ribeiro.

“Darcy Ribeiro tem toda uma importância que o povo de Maricá precisa conhecer esse cidadão, que também era maricaense. Existem histórias fantásticas sobre Darcy que eu vou descobrindo e ressignificando sua obra. Nós estamos numa fase de construção pela Educação, Cultura e a Codemar, com a concepção da Casa Museu Darcy Ribeiro, que é fundamental para nos aprofundarmos no ideário de Darcy”, ressaltou Cardoso.

Para o educador, antropólogo e pedagogista, José Pacheco, que participou como palestrante do webnário, Darcy Ribeiro representa a construção de um novo pensamento para a educação em nível global. Ele é português e veio morar no Brasil depois de ter contato pessoal com Darcy Ribeiro e com a obra do antropólogo durante os anos 1980.

“A minha presença aqui foi mais para mostrar ao brasileiro e ao maricaense que não precisa de ir lá fora. Eu sou europeu e quando cheguei ao Brasil pensando ter descoberto a roda da educação, levei um banho de humildade, porque tudo me conduziu até Darcy, o que o meu eurocentrismo não me deixava ver aquilo que os brasileiros também não viam. Quando comecei a ir para chão de escola, ler Lauro de Oliveira Lima e Anísio Teixeira, percebi que não devia voltar para Europa, porque a Europa está parada, os Estados Unidos estão parados em educação, nada de novo vem do Hemisfério Norte. Eu só lamento uma coisa: ter conhecido o Brasil e Darcy depois dos 50 anos”, analisou Pacheco.

Próxima edição em dezembro

A primeira edição da série de Webnários em homenagem a Darcy Ribeiro em Maricá foi realizada em outubro, mês do centenário do antropólogo, como parte da programação da Festa Literária Internacional de Maricá (Flim) que aconteceu no Centro Administrativo de Itaipuaçu. O tema foi a visão de Darcy Ribeiro sobre “O Povo Brasileiro”. A segunda edição, que aconteceu no Cine Henfil abordou o tema “Educação e Consciência Crítica”. Ao todo, a série terá dez eventos, sempre na última semana do mês. Depois da edição programada para dezembro, outras sete ocorrerão ao logo de 2023. Sady Bianchin, secretário de Cultura em Maricá, considera fundamentais as atividades para ampliar a percepção do legado de Darcy Ribeiro na cidade.

“É primordial o pensamento de Darcy, que é super atual para criarmos um Estado nação. Para construirmos um Brasil melhor nós precisamos de uma série de webnários, ampliar as discussões do legado do Darcy, que completa a santíssima trindade junto com Paulo Freire e Anísio Teixeira, que pensaram a educação no Brasil, a cultura popular, a antropologia dos nossos povos originários, para termos uma sociedade mais digna, igualitária e, sobretudo, uma sociedade que tem respeito a sua ancestralidade”, pontuou Bianchin.

error: Conteúdo protegido!
Sair da versão mobile