PREVENÇÃO AO SUICÍDIO É TEMA DE SEMINÁRIO PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Em alusão ao Setembro Amarelo (mês de prevenção ao suicídio), a Secretaria de Saúde de Maricá realizou na tarde desta terça-feira (17/09), na sede do Centro de Atenção Psicossocial (Caps AD), um seminário para os profissionais da área sobre formas de prevenção ao suicídio.
O encontro contou com a palestra do psiquiatra Nelson Macedo, que abordou os diversos sinais que devem servir de alerta para os profissionais de saúde. “Uma mudança abrupta de comportamento, por exemplo, deve ser muito bem observada. A depressão não consegue se vencer sozinha. Quatro elementos são fundamentais: família, terapia, medicação e atividade física”, destacou.
O psiquiatra ainda apresentou alguns dados sobre o assunto, a terceira maior causa de mortes entre pessoas de 15 a 44 anos. Segundo Macedo, a cada 40 segundos, um suicídio é cometido no mundo e o total de pessoas atingidas por ano chega a um milhão.
“Devemos amparar o ser humano e observar os sinais de alerta como falta de esperança, de apatia, desãnimo com a vida, desinteresse pelo futuro, agressividade exagerada, insônia, sonolência excessiva e isolamento social”, salientou o diretor do Caps, o psicólogo Atayde Bezerra.
O coordenador do Centro de Valorização da Vida (CVV), João Alexandre Gomes de Souza, falou sobre o órgão, que por meio de ligação gratuita no número 188, email ou de chat, fornece apoio emocional e prevenção ao suicídio. “Em 2018, tivemos 3 milhões de ligações buscando ajuda e interação social. O que observamos é que existe uma solidão enorme. As pessoas estão se sentindo cada vez mais sozinhas. Elas não conseguem se ver e se enxergar. O suicídio é a dor da invisibilidade de não se sentir pertencente a sociedade”, destacou.
“É essencial essa especialização para saber como passar para o outro. Há certo tabu que faz com que as pessoas evitem falar sobre o assunto, achando que vai incentivar, mas, pelo contrário, temos que falar, divulgar e discutir para ajudar o próximo”, ressaltou a psicóloga Renata Frazão, que atua no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf)..
A enfermeira do CAPS 2, Valéria Cristina Azevedo, considera extremamente importante eventos que abordam esse tema. “É um tema muito pesado tanto para o paciente quanto para o profissional que tem dificuldade em falar sobre o assunto. Por isso, é fundamental que possamos ampliar nossos conhecimentos e compartilhar experiências para que a rede pública seja fortalecida”, frisou a enfermeira.