Contaminação por Produto Químico Paralisa Abastecimento de Água em Cinco Cidades do Rio
Uma preocupante contaminação por um produto químico está afetando o abastecimento de água em várias cidades do Rio de Janeiro. Em uma entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (4), no Palácio Guanabara, o presidente da Cedae, Agnaldo Ballon, revelou que o vazamento do produto químico, que paralisou o sistema Imunana-Laranjal em São Gonçalo, possivelmente se originou de um oleoduto inativo da Petrobras, próximo ao Rio Guapiaçu, em Guapimirim, na Baixada Fluminense. Ainda não há previsão para a normalização do abastecimento, segundo a Cedae.
Os rios afetados foram o Rio Macacu e o Rio Guapiaçu, que abastecem o sistema Imunana-Laranjal. Este sistema fornece água para cerca de 2 milhões de pessoas em Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, parte de Maricá e a Ilha de Paquetá. Uma investigação foi iniciada pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) para determinar a origem e a extensão da contaminação.
“A região é cercada de fazendas também. Não sabemos se a contaminação veio desse oleoduto ou do solo. Vamos verificar se, em razão das enchentes por causa das chuvas, a substância estava no solo e emergiu para os rios”, afirmou o presidente da Cedae.
Assim que tomaram conhecimento da contaminação, uma “força-tarefa” foi criada, conforme detalhou o secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi. “Montamos uma operação de guerra para descobrir a origem do vazamento. Assim que Cláudio Castro soube do que aconteceu, ele paralisou o fornecimento de água imediatamente. Incluímos drones e aeronaves para ter uma visão geral do local e fomos fechando o cerco”, explicou Rossi, acrescentando que uma multa de R$ 50 milhões poderá ser aplicada para quem for responsável.
A investigação conduzida pelo delegado da DPMA, Henrique Damasceno, está em andamento, e nenhuma possibilidade está sendo descartada. “A área foi isolada para saber se foi alguma contaminação criminosa. Estamos investigando para descobrir a causa da contaminação. Assim que for descoberto, o responsável será punido. Não descartamos nenhuma possibilidade”, afirmou Damasceno.
A Cedae interrompeu a produção de água na madrugada de quarta-feira (2), após detectar uma alteração na qualidade da água tratada pelo Sistema Imunana-Laranjal. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) confirmou que a água foi contaminada pelo tolueno, um produto químico presente em diversos produtos industriais.
A situação permanece sob investigação e os esforços para restaurar a qualidade da água e identificar os responsáveis continuam.